Este lirone (ou lira da gamba) foi construído com base em dados da literatura (Michael Praetorius, Marin Mersènne, Georg Kinsky, Erin Headley on Grove's Dictionary, etc., sem esquecer do importante manual de G. Victor Penniman, "La Lyra d'Orfeo", de 2004), além de informações obtidas por Eduardo Klein junto ao lironista Igor Pomykalo e também especificações pessoais do próprio Klein.
O lirone é um instrumento usado para fazer a parte de contínuo, acompanhando uma voz ou instrumento solista. Seu cavalete mais plano permite que se toquem 3 a 5 cordas simultaneamente, o que soa como um órgão tocando acordes; mas também responde a variações de arcadas, como pressão e velocidade, podendo criar diversas nuances expressivas, e até mesmo efeitos guturais e sons mágicos e etéreos.
O lirone parece ter sido inventado por volta de 1505 por Atalante (de) Migliorotti (Florença, 1466-1532), músico da Renascença italiana, construtor de instrumentos e assistente de Leonardo da Vinci, que também era um músico talentoso, a pedido de Isabella d'Este, marquesa de Mântua, considerada a primadona do Renascimento.
Retrato de Isabella d'Este por Leonardo da Vinci.
Retrato de Isabella d'Este (jovem) por Ticiano, que também fez um retrato dela em idade "atual", mas que se perdeu (!).
Retrato de músico, por Leonardo da Vinci, que chegou a ser considerado como de Atalante Migliorotti, mas contestado posteriormente, embora o "Codex Atlanticus", reunião de notas e desenhos de Leonardo, da Biblioteca Ambrosiana de Milão, mencione um retrato de Migliorotti.
